terça-feira, 20 de abril de 2010

Clube dos Covardes

Se eu não fosse covarde,tão covarde,te roubaria pra mim,garoto.Invadiria sua casa,entraria no seu quarto e você não resistiria,entende?Não hesitaria diante do meu ataque de coragem.Ai,pararíamos de fingir.Fingir que a gente só se quer por uma noite,várias noites por semana.E que você não sente minha falta,não gosta do meu cheiro e que meu beijo não te deixa louco.Poderíamos para de fingir que a gente não se afeta,?
Imagino um monte de caras diferentes quando é a falta de você que me sufoca.Fecho bem os olhos quando você me abraça e tento não tremer muito quando me toca.Desenvolvi várias armaduras contra seus venenos letais,meu bem.Mas elas falham,de vez em quando,e pareço uma menininha indefesa nos teus braços.Já reparou como esfrego os olhos e me afogo no travesseiro quando fica muito tempo em silencio.É medo de dizer mais do que você pode ouvir.Beijo sua boca,sacana,pra você não perceber meus olhos quase vermelhos,igual aos seus.Será que a gente não podia parar de voltar pra casa com a garganta engasgada?
Eu queria você pra mim,sem enganação,sem disfarce,sem armaduras.Sem gargantas engasgadas,sem olhos vermelhos,sem silêncios estranhos.Você já imaginou isso também e não teve coragem de dizer?Bom,bem-vindo ao clube!!

domingo, 18 de abril de 2010

O príncipe e a louca

Eu tinha todo aquele jeito apressado de querer as coisas.E se ele me pedia calma e dizia pra esperar um pouco,já achava uma baita mancada e puro desinteresse da parte dele.Ele só me olhava com aquela cara "garota, ainda vai me dar uma dor de cabeça daquelas!".
Ele me aturou o máximo que pode.Destruí cada eixo da paciência dele,deixei o vinco de preocupação dele maior do que nunca.Eu era sua "garota TPM".Em constante ebulição.Nenhuma " eu te amo" era suficiente pra conter a explosão.E ele aguentou,tadinho!
Eu o amava.Amava sim.Mas ele queria mandar flores,tocar no violão aquela música que marcou nós dois.Mas eu sempre fui muito escrota e só queria beijá-lo até perder o fôlego.Pra mim,amor é coisa de pele com pele,sabe?É brigar,dar as costas e depois se agarrar até o fim.Ok,alguma doçura de vez em quando,mas nada muito açúcar,sempre fui mais do salgado,sacas?Me desculpem as adeptas ao platónico,mas amor que é amor precisa muito da prática..Haah!
Eu o deixaria louco.Riria do seu cavalo branco.Teria ciumes até do papagaio.E,mesmo sabendo que nunca sou flor que se cheire,se ele me amasse tanto assim,como disse uma vez,aguentaria.Um dia encontro um louco corajoso pra me aturar.E que ele ame salgado como eu...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Aquela estranha

Eu gostaria de poder dizer que sou muitas coisas que te fariam olhar pra mim e pensar "Nossa,essa menina é diferente.Ela tem algo!".Mas não sou nada dessas coisas extra ordinárias que fazem certas garotas serem o centro de todas as atenções.
Não sou alta nem altruísta.Meu humor é estranho e melindroso;minha idiotice,sobressalente.Não sou sempre simpática e são pouquissimas as pessoas que não acho totalmente idiotas.A beleza me impressiona,o certo até cativa,mas é o errado e feio que me prende.Não me lembro de querer desesperadamente uma Barbie.Ando por ai,sempre tão distraída e tropeço até parada.Tem quem me chame de antipática...
Houve um tempo eu que eu quis ser mais,ter mais.Quis ter um milhão de amigos,beijar os garotos mais bonitos,ser mais loira.Ai,depois de um certo beijo,de encontrar um grande amigo,de aceitar os cabelos castanhos,me olhei no espelho e foi tipo" Eureca!",sabe?Não encontrei a fórmula da felicidade ou da aceitação das estrias.Na verdade,quando olhei no espelho,fiz careta.Estava debochando dos altos e baixos dessa estranha vida.Aquela estranha que faz a gente cair e levantar,duvidar de um milhão e acreditar em um ser...

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Dois no sofá

Eles não tinham uma música,um lugar,uma cor.Ele odiava quando ela ria de suas crises e sempre o corrigia.Ela sentia vontade de jogá-lo de um abismo toda vez que ele fazia piada sobre a roupa dela,sua voz gritante.Eles se beijavam toda vez que ele ia embora.
Havia uma tregua entre a batalha costumeira e a pegação em massa.Ele,vencido pela pirraça,passava o braço pela cintura dela e respirava em sua nuca.Ela,vitoriosa,enroscava seus dedos nos deles sorria,escondida.Eles ficavam em silencio,um misto de preguiça e deleite.Era mais um daqueles momentos que não precisavam de palavras...
Era um ritual interessante.Ela beijava os cantos do rosto dele,provocando sua boca,desviando,feito uma menininha melindrosa.Ele apoiava o queixo em seu ombro e o acariciava com a ponta do nariz.Até que a batalha acabava,os lábios se encontravam e,por um instante,não havia jogos.Eles se transformavam,pareciam quase se completar.Era assustador..
Ele oferecia seu peito pra ela,ela ouvia cada batida de seu coração e isso parecia intimo demais pra eles.Fácil era beijar seu pescoço,arrancar sua blusa e deixá-lo louco.Difícil era aguentar ouvir seu coração bater sem querer ser o motivo de cada batida.Quando ele ficava em silencio e olhava pra ela desarmado,ela também quase se desarmava.Quase!Respirava fundo e virava o rosto,desejando que ele voltasse a olhar a TV.E que ela pudesse lamentar baixinho sua covardia..
Deus,como ela desejava ter tido a coragem!Coragem de dizer que sim,em algum momento,ela o amou.Amou desesperadamente,desejando o "pra sempre" de qualquer conto de fadas bobo.E,mesmo que a ideia de amá-lo começou a parecer ridícula,ela queria ter tido a coragem de dizer que ele poderia te-la´feito se apaixonar.Ou fez,como ela não conseguia perceber.E eles poderiam bancar os dois idiotas se amando,se superando.
Já era tarde,ela tava ficando com sono.E os delírios de "como poderia ter sido" estavam indo longe demais.Ela queria fechar os olhos e pensar em outra coisa,mas não conseguia.Sonhava com ele,sentia seu cheiro,revivia cada gesto,cada gosto.Gostava de sentir uma coisa estranha no estômago quando olhava pra ele.Gostava quando ele enrolava os dedos em seus cabelos e apertava sua nuca.Ela gostava dele e ponto.Só não queria que ele soubesse disso...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Amor,é?

Tanto se fala de amor.Tantas teorias,músicas,demasiadas contradições.E nós,nem tão sábios ou compositores,sempre nos contradizemos.
Acredito que o amor,quando verdadeiro,permanece.Não é necessário as duas pessoas ficarem juntas pra sempre pra se dizer que o amor existiu.A cabeça muda,não adianta insistir.Nessas horas,se sempre foi amor,se transforma pra poder acolher as novas necessidades.Amor verdadeiro é isso:nunca muda e essência mas,se a vida surpreendeu e mudou,muda-se também a forma de se mostrar.
Não vim aqui pra inventar mais uma teoria,pois sou eterna confusa.Apenas me pergunto (sempre!)se o amor é tão limitado pra ser envolto em tantas definições.O amor é maior que qualquer entendimento.
Amor puro,ilícito.Amor bandido.É coisa de pele,de alma.Amor sofrido,confuso.Não há mais ou menos amor.Há o amor.Não é um conceito batido.É o sentimento que move as loucuras desse mundo.É o causador de todas as loucuras.É calmaria.
No fim das contas,não adianta muito músicas guiando o caminho.Quando é amor,você sabe.Mesmo não parecendo aquele conto de fadas ou como aquele poeta disse...